Na vida, tudo o que é complicado tende a ser chato. Quando a vida é complicada
ela se torna sem sabor, sem sentido. Não, a vida não é chata: nós é que a tornamos enfadonha.
Viver é uma arte e como toda boa arte depende mais das mãos do artista que estará dando
a forma a ela do que do material utilizado.
Complicar a vida é a maneira mais fácil e rápida de ser infeliz. A infelicidade gosta de pessoas
queixosas, sozinhas e de mau humor. Quem não suporta mais viver talvez precise avaliar sua
maneira de enxergar a vida e de se relacionar com as pessoas. Tudo o que é simples é prazeroso.
Onde existe simplicidade existe a felicidade.
Ser simples vai além de querer ser pequeno: é não se comparar com ninguém e por isso
considerar-se um ser único, sem desprezar aquele que é diferente de mim. A simplicidade parece
muito com a generosidade: dou de mim para se encontrar no outro. Deixo meus desejos de lado
para ir ao encontro das necessidades de alguém.
Somos condicionados a enxergar mais o ostensivo do que o simples. Enganamo-nos classificando
as coisas passageiras como indispensáveis para a nossa felicidade e desprezamos os pequenos
prazeres da vida. Caímos na armadilha de correr atrás de uma felicidade de posses, onde quanto
mais se tem mais infeliz se é.
Quero ter tempo para enxergar as coisas simples da vida. Dizer para as pessoas o quanto
elas são importantes pra mim. Olhar-me no espelho e ver aí alguém necessitado de atenção.
Quero ter tempo para despertar em minha alma a importância de ser simples, sem complicar
aquilo que pode ser resolvido de forma sensata.
Vou vivendo e aprendendo que sou muito mais eu quando não coloco as coisas acima das pessoas.
Nada é mais valioso do que um coração batendo junto do meu. Nada é mais importante do que o
sorriso de uma pessoa que se identificou com o meu jeito de ser. Nada vale mais do que as
pessoas que Deus colocou ao meu redor. E é graças a essas pessoas que hoje posso celebrar o
dom da vida, com simplicidade, mas com muito amor.
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